O cenário conturbado exige que as IESs busquem inovação e saídas para a crise do FIES

aluno faz busca no portal do FIES

Cerca de 1.300 entidades de ensino superior têm alunos beneficiados pelo Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). O programa, que fez parte de uma política de expansão do ensino superior, vem passando por uma grave crise. Corte de verbas, falta de repasses do governo, inadimplência e evasão de alunos. Essas e outras consequências têm impactado diretamente as instituições privadas de ensino. Mas, segundo especialistas, há como virar o jogo e driblar a crise!  Quer saber como?

Entenda que tipo de inovações estratégicas podem transformar o momento em oportunidade.

Entenda a Crise do Fies

O Fies é um programa que concede financiamento estudantil parcial ou integral para cursos superiores presenciais ofertados por instituições privadas. Pelo Fies, os alunos fazem uma faculdade em qualquer IES parceira e a União paga as mensalidades. Depois de um ano e meio de formado, o aluno tem que começar a quitar a dívida.

O programa foi instituído por Lei em julho de 2001, passou por modificações e fez parte de um período fértil de matrículas para as IESs privadas.

Junto a outras políticas, o financiamento estudantil facilitou o acesso ao ensino superior e foi responsável por algumas décadas de “boom” nas matrículas. Mas, desde meados de 2014, o Fies vem sofrendo cortes orçamentários. Além disso, o programa sofre impacto direto da crise econômica e política que se arrasta desde então.

No Brasil, a taxa de crescimento médio anual da matrícula total no ensino de graduação diminuiu de 5,1% entre 2009 e 2014, para 1,9% no período 2015 a 2018. Com o programa em risco e cerca de 517 mil contratos com dívidas, as instituições  precisam ser estratégicas para reagir e lotar as salas de aulas.

Crise do Fies em 2019: o que esperar?

Neste ano, o governo implementou mudanças no programa, mas o esvaziamento de inscrições já é uma realidade. Apesar disso, ainda há muita demanda pelo ensino superior, ou seja, há um desafio pela frente.  

De acordo com o economista Luis Carlos Burbano Zambrano, a crise do FIES é fruto de um cenário misto e complexo. O que acontece hoje é consequência das dificuldades que o programa vem enfrentando em diferentes esferas.

“O forte impacto na demanda de ensino superior é causado, principalmente, pela crise econômica e a situação fiscal dos Governos Federal, Estadual e Municipais. Além disso, há o cenário de desemprego, que colabora para o endividamento e a evasão”, explica Burbano.

Todas as instituições privadas já estão sentindo as dificuldades de fazer captação de alunos com a crise do FIES. É neste contexto, porém, que a gestão educacional das instituições precisa se reinventar e adaptar-se ao cenário imposto atualmente.

Alunos se plicando ao vestibular

Estratégias para driblar a crise do FIES

Diante da crise, o mercado educacional tem se tornado cada vez mais competitivo. As práticas para captação de alunos ganharam novos reforços e a gestão educacional, uma brecha para repensar metodologias.

Ainda de acordo com Luis Carlos Burbano, que também é especialista em ciências e técnicas de governo, as instituições de ensino precisam trabalhar a partir de um cenário realista de expectativas.

“Economistas estimam que enfrentaremos cerca de mais três anos de crise até tudo começar a se estabilizar. Mas ainda há uma demanda pelo ensino superior porque  as pessoas ainda querem ingressar na faculdade. A questão com a crise do Fies é que não dá mais para financiar pelas vias de antes”, afirmou o economista.

Novas maneiras de reagir no mercado educacional

De acordo com o especialista, há caminhos alternativos que as instituições podem percorrer. Para ele, a tecnologia é uma aliada e a perspectiva da inovação deve ser constante.  

“As instituições precisam estudar formas próprias de fazer seus financiamentos estudantis. Além disso, é necessário trabalhar com campanhas de custos reduzidos e fazer parcerias estratégicas. Quem conseguir inovar em suas práticas de ensino e criar cursos híbridos e de qualidade vai se destacar”, explicou Burbano.

Um dos cenários apontados pelo economista é do investimento em Educação a Distância (EaD). A crise do Fies colaborou para o crescimento da modalidade EaD nos últimos anos.

No Brasil, entre 2015 e 2017, a matrícula no ensino de graduação na categoria presencial apresentou uma queda de 1,6%, e na categoria EaD, um crescimento de 26,1%. Os dados falam por si e indicam um dos pontos a se observar.  

O crescimento da EaD e a oportunidade para as instituições

O EaD é uma das possíveis janelas de oportunidade abertas pela crise do Fies. Além das modalidades integralmente a distância, há também a possibilidade dos cursos híbridos.

No ano passado, o Ministério da Educação dobrou para 40% a carga horária máxima permitida para aulas a distância na graduação. A medida só não vale para os cursos de saúde e engenharia.

A tendência de usar cada vez mais essa carga horária que, se bem construída, pode gerar redução de custos tanto para o estudante quanto para as instituições.

aluna do ensino superior segura caderno e sorri

E qual o papel da gestão das instituições de ensino?

A perspectiva de inovação apontada por Burbano não diz respeito apenas ao uso da tecnologia em aula. Em momentos de crise, é necessário um esforço da gestão educacional para repensar estrutura, práticas e metodologias oferecidas nas instituições de ensino.

Veja algumas perguntas norteadoras que podem ajudar neste processo:

 

  •         Os cursos que a IES oferece são atrativos para as demandas de alunos?
  •         A grade é flexível para um aluno que precisa trabalhar para custear o curso?
  •         O processo seletivo da IES é simples e acessível?
  •         Que tipos de parcerias a IES pode ter para atrair as demandas de alunos?

 

Essas reflexões podem ajudar a encontrar caminhos inovadores e diferenciais. Além disso, é fundamental manter um olhar crítico sobre o cenário e planejar boas campanhas de captação de alunos.

O impacto da crise nas campanhas de captação de alunos

Em tempos de redução de custos e de busca pela inovação, as instituições precisam ficar atentas ao modo como se comunicam no mercado. Ao contrário do que muitos gestores pensam, cortar verbas de publicidade não é uma solução inteligente em tempos de crise. É preciso sim saber investir e ter dimensão dos retornos.

O marketing digital tem sido eficaz para as instituições de ensino que querem fazer uma captação de alunos de qualidade. Investir nas estratégias digitais tem permitido que as campanhas alcancem mais pessoas e  diferentes perfis socioeconômicos.

O marketing bem feito no online serve para segmentar o público ideal, mensurar resultados com precisão e fazer campanhas mais econômicas.

Conclusão

Tempos de crise exigem de qualquer mercado grandes adaptações. Parte da crise do Fies é justamente por conta de uma expansão sem o planejamento ideal. As instituições de ensino devem aprender com isso buscando saídas e até prevendo situações de risco.

Por mais que o mercado educacional sinta o impacto, é possível adaptar-se e virar o jogo. Estratégia, inovação e a busca constante por capacitação são palavras-chave desse novo desafio para as IES brasileiras.

E então, você acha que a sua instituição está pronta para driblar a crise do Fies?

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** Todos os dados apresentados são do último Censo da Educação Superior do INEP

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Sergio Fiuza
por Sergio Fiuza