Em alguns quesitos, há universidades particulares que chegam a ultrapassar as públicas. Saiba quais são as universidades que mais crescem no Brasil.

O número de alunos matriculados no ensino superior aumentou 3% em 2017, após estagnação em 2016.

Antes de conhecer quais as universidades que mais crescem no Brasil, vamos ver qual é o contexto do crescimento do mercado educacional no país.

No Brasil, profissionais que concluíram o ensino superior ganham, pelo menos, o dobro daqueles que não concluíram a faculdade. A disparidade entre salários aqui é maior do que em 36 países membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, da qual o país é parceiro e que inclui membros como Chile e Portugal.

Esta é uma das razões que impulsionam o aumento de matrículas no ensino superior, no entanto, existem outros motivos. Ao voltarmos na história, vemos o Brasil exigir o ensino básico gratuito para todos, o que ocorreu na década de 80, com o fim do regime militar. Até então, um terço dos brasileiros não frequentava a escola e um quarto era analfabeto.

O problema é que não havia, e ainda não há, espaço para todo mundo nas universidades públicas, que não deram conta de absorver todo o contingente que vinha do ensino básico. Por isso, o país acabou por voltar-se para o ensino superior privado.

Números da educação superior hoje

Segundo os dados mais recentes (2017) fornecidos pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), o Brasil tem 2.448 instituições de ensino superior, das quais somente 296 são públicas.

Do total de IES,199 são universidades — 106 públicas e 93 privadas –, que respondem por 53,6% das matrículas nos cursos de graduação.

Ainda segundo o Inep, a rede privada conta com mais de 6,2 milhões de alunos. Isto significa que, de cada quatro estudantes de graduação, três frequentam uma instituição privada.

Como são avaliadas as universidades que mais crescem no Brasil?

Todas as IES são avaliadas segundo critérios do MEC (Ministério da Educação).

Entre elas, está o grupo das universidades que mais crescem no Brasil. São aquelas capazes de obter notas altas no IGC (Índice Geral de Cursos, com escala de 1 a 5), no CPC (Conceito Preliminar de Curso) e nos outros indicadores de qualidade do ensino superior.

Além disso, as universidades que mais crescem no Brasil são as que também recebem boas notas por publicação científica, que têm prestígio no mercado de trabalho por formar bons profissionais, que mantêm a qualidade dos cursos e dos discentes e que são empreendedoras e inovadoras.

Conheça as universidades que mais crescem no Brasil

Há diversos rankings disponíveis na internet. Para este artigo, escolhemos listar as 16 primeiras universidades do ranking encomendado pela Folha de São Paulo. Elas são as mais bem avaliadas segundo critérios do MEC, Inep, Enade, Datafolha e também do:

  • Scielo;
  • CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico);
  • Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior);
  • Web of Science;
  • Inpi (Instituto Nacional da Propriedade Industrial);
  • Fundações Estaduais de Fomento à Ciência.

Saiba quais são as universidades que mais crescem no Brasil.

Fonte: Ranking Universitário Folha 2018, universidades particulares

Entre as universidades particulares que mais crescem no Brasil estão as vinculadas a religiões, como a PUC-RS, reconhecida como a melhor universidade privada do Sul do Brasil, com nota 4 no IGC e 20 mil alunos matriculados.

Depois das PUCs, estão Mackenzie (SP) e Unisinos (RS), ambas com nota 4 no IGC.

Apesar do corte de financiamentos e das incertezas políticas e econômicas, a Uninove ficou na décima posição na lista das particulares e em 63º lugar na classificação geral.

Educação à distância cresceu 17,6% em 2017

Não nos esqueçamos da Educação à Distância, que cresceu 17,6% de 2016 para 2017. Veja alguns dados sobre a EaD:

  • Mais de 46% das matrículas de cursos tecnológicos são à distância. O percentual era 16,3% em 2007
  • A maioria dos docentes de cursos presenciais é composta por doutores. Na EaD, a maior parte é de mestres
  • Nos cursos presenciais, 85,9% dos docentes possuem Mestrado ou Doutorado. Nos cursos EaD, o percentual é de 88,3%
  • Alunos matriculados em cursos de bacharelado são a maior parte na modalidade presencial. Na EaD, predominam os cursos de licenciatura

Em entrevista concedida à revista Ensino Superior, o reitor e presidente da Ilumno no Brasil, Arlindo Cardarett Vianna, fala sobre o aumento da EaD. “Há hoje uma diminuição do preconceito que se tinha com relação à EAD. Outro fator importante é que as mensalidades dos cursos dessa modalidade correspondem, em média, a 25% do valor das mensalidades do ensino presencial”.

Em alguns quesitos, há universidades particulares que chegam a ultrapassar as públicas. Saiba quais são as universidades que mais crescem no Brasil.

O número de polos autorizados a oferecer EaD vem crescendo no Brasil.

Como se destacar no mercado educacional?

Quando observamos as características das universidades que mais crescem no Brasil, notamos que um dos fatores que as destacam, entre tantas outras, é a proximidade com a realidade do mercado de trabalho.

Um dos primeiros choques dos alunos é ao começarem a trabalhar e se darem conta de que as aulas eram muito teóricas, de que os conceitos foram apresentados sem relação entre si e que havia poucas atividades práticas, que apenas o estágio não bastava.

As instituições destaques são justamente aquelas que propõem desafios da vida real ao estudante, para que aprendam a aplicar no dia a dia da profissão a teoria estudada em classe.

As universidades brasileiras que mais crescem lançam mão de projetos de integração, recursos tecnológicos, estágios nas empresas ou instituições já a partir do segundo semestre, exercícios de simulação e mais. A metodologia de ensino implica que o aluno seja participante ativo das aulas, não apenas ouvinte.

Às vezes, a reciclagem de professores é necessária e o preço da mensalidade pode justificar a exigência de que os docentes produzam conhecimento em vez de apenas reproduzir o que há nos livros.

É comum que os professores se distanciem do mercado de trabalho, passando a concentrar-se no conteúdo dos livros. Instituições que driblam esse hábito e oferecem atividades extracurriculares, visitas e eventos são mais propícias ao sucesso.

Conclusão

Embora o ensino superior tenha apresentado uma pequena alta em relação aos anos anteriores, é preciso alcançar um grande número de jovens que ainda não têm acesso à educação superior.

Outra preocupação é que as universidades particulares trabalhem para que, mesmo com o aumento de matrículas nas modalidades presencial e à distância, não haja queda na qualidade do ensino e nem falta de fiscalização.

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Sergio Fiuza
por Sergio Fiuza