Preparar os alunos para a vida após a graduação é o principal desafio por trás das iniciativas de faculdades e universidades.

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  • Tendências do mercado educacional para 2019.1

Neste artigo, o termo “tendências” refere-se a um curso geral de desenvolvimento e mudança. Anualmente, as tendências no ensino superior mudam e afetam quase todas as facetas deste mercado. Prova disso são as variações percebidas em cada edição do Panorama da Ensino Superior Privado no Brasil.

Quando se trata do futuro das universidades e faculdades em todo o mundo, os líderes do ensino superior estão cientes de que não são apenas as práticas internas que podem afetar a maneira como operam suas instituições.

Existem também fatores globais externos capazes de mudar a trajetória da educação.

As universidades enfrentam uma das épocas mais interessantes, incertas e complexas, porque a globalização implica a possibilidade de aproveitar oportunidades importantes, mas também sérios desafios relação ao futuro.

Os valores tradicionais da universidade ainda são válidos (autonomia, liberdade de escolher disciplinas, pesquisa, trabalho de estudante, avaliação), mas estão sujeitos a alterações no contexto da globalização.

Este artigo pretende trazer as principais tendências do mercado educacional que podem ajudar a promover transformações na educação superior.

Quais as tendências da educação superior em 2019?

1) Inteligência Artificial

Embora a inteligência artificial (IA) e os bots ainda não sejam utilizados em toda a sua potência, nossa consciência a respeito de sua utilidade tem aumentado.

Essa conscientização está levando as instituições educacionais de ensino superior a utilizar ferramentas habilitadas por IA para impulsionar o sucesso dos alunos.

Um exemplo de como fazer isso é possibilitar que os estudantes se inscrevam nas aulas e solicitem desconto na mensalidade via chatbot, que é um meio de garantir o atendimento ao aluno 24 horas, sete dias por semana, e de automatizar os processos;

2) Alterações no modelo de negócios

O ensino superior tem sofrido abalos, alimentados pela mudança das tendências demográficas, somado ao aumento dos custos, inseguranças nos mercados de trabalho e dúvidas sobre o preparo dos alunos diante da força de trabalho.

Haverá mais pressões financeiras à medida que o número de matrículas diminuir, aumentando as perguntas dos dirigentes das IES sobre inovação, ofertas digitais e captação de alunos.

Diante de tal quadro, recomenda-se fazer pesquisa de mercado para entender o que distingue sua instituição das outras e o que conduz a escolha do aluno.

Fazer parcerias com empresas, organizações sem fins lucrativos e outras instituições para gerar economias e novas oportunidades é uma opção inteligente.

3) Tecnologia

O aprendizado on-line continuará a crescer, expandindo o alcance do ensino superior para incluir mais alunos com idade a partir de 25 anos.

A Aprendizagem Móvel, Mobile Learning, ou ainda M-Learning, por exemplo, propicia aos estudantes e professores o aprendizado pela criação de novos ambientes à distância, com videoaulas, livros digitais e cursos e-learning.

De certa forma, essa sala de aula virtual é mais democrática porque, além de expandir o acesso ao ensino superior, muda a dinâmica das relações aluno-professor, com o professor atuando como facilitador.

Por outro lado, as diferenças entre o aprendizado on-line e no campus criam um sistema educacional em camadas em que aqueles que fazem cursos presenciais são principalmente os estudantes que têm tempo e recursos para isso. As IES terão de ficar atentas a essas condições à medida que expandem suas modalidades de aprendizado on-line. Atividades como estas podem auxiliar na retenção de alunos;

4) Educação 4.0

Baseada no conceito de “aprenda fazendo”, a Educacao 4.0 abarca Linguagem Computacional, Programação (Coding), Internet das Coisas, Inteligência Artificial, Robótica, Realidade Virtual, Big Data e outras tecnologias que dinamizam os processos nos segmentos da indústria, já que a previsão é de que o trabalho humano seja substituído por robôs e inteligência artificial.

Somente os altos investimentos em recursos tecnológicos e nos ambientes virtuais de aprendizagem não garantem a aprendizagem efetiva. É necessário focar na educação integral, mediada pelo professor e pautada por uma aprendizagem rica em experimentação, envolvimento e significado.

Nesse ambiente, as relações socioemocionais e interpessoais é que vão possibilitar o desenvolvimento dos alunos. Ao redefinir o papel do professor, o êxito dos processos educacionais estará no trabalho colaborativo e experimentativo;

5) Ensino Híbrido

A proposta do Ensino Híbrido é estimular as habilidades digitais e a inteligência dos estudantes ao oferecer-lhes material digital interativo para que estudem o conteúdo da aula antes de chegarem à classe.

A sala de aula, então, deixa de ser a única fonte de conhecimento do aluno para dar lugar ao ambiente onde se tira dúvidas. Com isso, os professores atuam como mediadores, instruindo e tirando dúvidas, e têm mais tempo para organizar atividades e projetos;

6) Reinvenção das bibliotecas

A mudança vai além de digitalizar o material da biblioteca, o que já facilita a entrega de conteúdo. A área passa a acomodar serviços estudantis como treinamento acadêmico, tutoria entre colegas e aconselhamento de carreira.

As bibliotecas também podem servir como locais centralizados para o “estudo digital”, em que a tecnologia e o Big Data permitem um exame mais detalhado de tópicos e objetos.

Com relação ao design, as bibliotecas exigem tomadas elétricas mais acessíveis, iluminação mais brilhante, sinalização proeminente, mais conforto, espaços de estudo especializados, silenciosos e frescos.

7) Fortalecimento da cultura empreendedora

Para preparar o aluno de hoje para o mercado de trabalho de amanhã, a tendência é que se dê mais ênfase às habilidades digitais e ao empreendedorismo nas instituições de ensino.

O Brasil está em 46º lugar, numa lista de 54 países no índice Educação Empreendedora de uma pesquisa da Global Entrepreneurship Monitor.

Para promover ativamente o empreendedorismo no âmbito educacional, a sugestão é que se convide jovens empreendedores de sucesso para participar de programas educacionais, que se ofereça  estágios para estudantes interessados em empreendedorismo e que se crie um grupo de mentoria que conecte alunos a empreendedores de sucesso, por exemplo.

Deve-se levar em consideração que, tratando-se de Brasil, o empreendedorismo se manifesta singularmente em cada região e cidade, influenciado pela cultura, realidades sociais e econômicas e história de cada lugar.

Encontrando um novo caminho para ensinar

Em face das novas tendências no mercado educacional, as instituições podem priorizar seu foco nas ações urgentes, mas realizáveis, e incentivar as oportunidades para que todos os funcionários traduzam suas habilidades para avançar no trabalho da universidade digital.

Algumas universidades – as que têm mais recursos e experiência – começaram a responder às mudanças futuras no ensino superior.

Elas estão formando parcerias com universidades internacionais e empresas de ensino on-line, ou construindo programas de aprendizado remoto por conta própria. Outras efetuam adaptações de alta tecnologia de cursos por correspondência que as pessoas costumavam fazer pelo correio.

Os próximos anos devem ser marcados por um crescimento do compartilhamento de conteúdos, especialmente em relação à educação à distância.

A Harvard Extension School, por exemplo, inscreve centenas de alunos que fazem aulas on-line, no campus ou numa mistura de ambos. Geralmente, essas pessoas apenas buscam um curso específico ou querem personalizar a própria educação.

Acompanhando esse cenário, a previsão é de que, em breve, os empregadores também vão aproveitar opções como essa: as universidades serão solicitadas a criar programas específicos para determinadas empresas.

E, por fim, as instituições de ensino terão de explorar outras maneiras pelas quais as tecnologias de inteligência artificial podem ajudar a reduzir o custo da educação.

Conclusão

Para encerrar, conheça cinco dicas de como começar a introduzir a tecnologia na sala de aula:

  • Planeje com antecedência como você vai usar a tecnologia. Como isso vai ajudar no aprendizado de seus alunos? Se não vai ajudar no ensino e na aprendizagem, então não deve ser usado.
  • Não compre o mais recente produto que está na moda. Houve uma “febre” de as escolas substituírem laptops por tablets. Algumas IES podem ter tido êxito com isso, mas, por melhores que sejam os tablets, eles não estão prontos para substituir os laptops, ainda;
  • Invista em um bom Centro de Processamento de Dados (CPD) para aperfeiçoar suas habilidades em Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC). Não significa que você deva pagar caro por um consultor. Basta perguntar ao seu departamento de TIC por algum treinamento ou aconselhamento. Além disso, pergunte por novas ideias tecnológicas a colegas, professores recém-formados ou mesmo alunos dessa área;
  • Não desista. Talvez você experimente algo que não funcione, mas não deixe que isso o afaste do objetivo. Tente descobrir o que funciona melhor para você e seus alunos. Se isso não funcionar, tente outra coisa;
  • Concentre-se em como a tecnologia pode ajudar o progresso dos alunos.

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Sergio Fiuza
por Sergio Fiuza