Um dos economistas mais influentes do Brasil, Ricardo Amorim, estará no Quero Captação, onde vai falar sobre transformação digital e novas perspectivas para a educação e gestão educacional

No dia 25 de outubro acontecerá o Quero Captação 2019. Nesta edição o tema será  “Transformação Digital: Novas Perspectivas para a Gestão Educacional” . O conteúdo será dividido em quatro trilhas de conteúdo voltados para graduação, pós, cursos livres/escolas de idiomas e ensino básico.

A previsão é que haja 1200 participantes e 45 palestrantes. Nomes de peso no cenário educacional e do mercado brasileiro estarão presentes, sendo um deles: Ricardo Amorim, que será um dos keynote speakers.

Ricardo é formado em economia pela Universidade de São Paulo e pós-graduado em finanças pela ESSEC, de Paris. Tem mais de 20 anos de destaque no mercado financeiro global, com passagens  pela Europa, EUA e Brasil.

Em 2007, co-fundou as startups Smartrips.com e a AAA Plataforma de inovação. Desde 2009, dirige a Ricam Consultoria. Além disso, é um dos apresentadores do “Manhattan Connection”, da Rede Globo, no canal GloboNews. Vale destacar que ele é considerado, também, o maior influenciador do Linkedin em todo o mundo.

Palestra do Quero Captação

Em sua palestra, Ricardo Amorim falará sobre a transformação digital, novas perspectivas na gestão educacional e o futuro da educação.

O blog da Quero Educação conversou com o economista para saber sua opinião sobre temas importantes em gestão educacional e adiantando um pouco do que será abordado palestra. Confira a seguir!

Saiba o que aconteceu no Quero Captação 2018 no vídeo abaixo:

Entrevista

Q.E:  Com as frequentes mudanças de paradigma e as que ainda virão, no setor educacional, ao que gestores precisam se atentar e implementar para diferenciar a instituição da concorrência?

R.A: No passado, a educação lidava com um mundo em que a informação era escassa. Hoje o problema é o excesso de informação. Em resumo, a gente precisa se educar sobre o fato de que o mundo hoje é completamente diferente. Precisamos criar um modelo educacional que esteja voltado para isso. Como? Em primeiro lugar, estimulando mais experimentação e não penalizando o erro. Precisamos ter muito mais criatividade, capacidade de trabalhar em equipe e, portanto, desenvolver habilidades sociais, incluindo empatia. (…)É uma mudança de mais conteúdo para mais habilidade. Acredito que esse seja um ponto central, porque o conteúdo disponível é cada vez maior e a fronteira do conhecimento está evoluindo muito rápido. O que o aluno precisa aprender é como se manter atualizado, como entender o que é uma informação relevante e o que é uma informação falsa ou irrelevante.

Q.E: Personalização e individualização são palavras de ordem, tanto no mercado, quanto na educação. Então, como é possível hoje ter processos individualizados, mesmo com grandes turmas? 

R.A: A tecnologia que permite e vai promover cada vez mais a individualização é a inteligência artificial. É ela que proporciona tratar o diferente como diferente. É impossível quando se tem uma classe muito grande, uma interação individualizada para cada um, sem ferramentas que possam ajudar isso acontecer. Existem alunos com mais facilidade para um determinado assunto. Outros, pelo contrário, têm mais dificuldade. Assim, aqueles alunos que possuem mais facilidade seguem  um ritmo mais devagar do que poderiam e, talvez, percam o interesse. Em contrapartida, os que têm mais dificuldade não conseguem acompanhar. Então, o que você pode fazer é, cada vez mais, criar trilhas individualizadas, ritmos individualizados e a inteligência artificial pode ajudar nisso. Agora, uma vez dentro de cada turma específica, a gente tem que entender as limitações do que é possível ser feito. 

Q.E: A inteligência artificial e a transformação digital estão mudando os negócios educacionais no mundo. O que ainda precisa ser feito no Brasil para estarmos à frente nessa revolução?

R.A: O fundamental para entender o impacto da inteligência artificial no mundo é entender a Lei de Moore. Essa lei fala que a cada um ano e meio, dois anos, a capacidade computacional dobra. O segundo aspecto é que, como os computadores vão ficando cada vez mais baratos e menores, em uma, duas, três décadas, dependendo de alguns fatores, vai haver computadores em, absolutamente, tudo. Isso vai mudar a nossa forma de viver, de trabalhar, de agir e, obviamente, a gente precisa ter uma educação que leve isso em consideração. No caso específico brasileiro, precisamos tomar medidas que ajudem no desenvolvimento de tecnologia mais barata. Uma das medidas que parece estar em discussão agora é, exatamente, a redução dos impostos de importação de produtos de tecnologia. O que será muito bem-vindo, porque vai colocar o Brasil muito mais preparado para lidar com esse mundo do futuro. 

Q.E: Se você pudesse desenhar o cenário da educação daqui a cinco anos (previsões e tendências), o que você descreveria?

R.A : Nos próximos 5 anos eu acredito que a principal tendência em educação vai ser a individualização e profissionalização do ensino, com maior uso de inteligência artificial e uma mudança do papel dos professores. Eles vão passar a ter, cada vez mais, papéis de tutores, ao invés de professores. Até porque, em paralelo, o uso de vídeos para ensino deve crescer. Isso significa que a gente pode ter vídeos com os melhores professores do mundo, explicando cada assunto. O papel do professor na classe vai ser explicar o que, porventura, o aluno não entendeu, tirar dúvidas, trazer para uma realidade mais próxima, ou indicar o que é interessante para aquele aluno fazer, mas não necessariamente para o outro. Como eu dizia, acho que a inteligência artificial vai ajudar nesse processo, mas isso não significa que o papel do professor vai ser excluído. Pelo contrário, mas será diferente de hoje. 

Q.E: Você acredita que algum dia as instituições físicas de ensino serão completamente substituídas por sistemas online de ensino? Qual o impacto disso?

R.A: Na minha opinião existe uma falsa discussão entre sistemas de ensino que são presenciais e sistemas de ensino online. O que estou dizendo com isso é que eu não acho que será necessariamente um ou outro, mas que nós teremos um e outro. Em alguns casos, opções presenciais e opções online. Na minha impressão, a gente vai ter, na maioria dos casos, um misto das duas coisas. Por que? O online permite, mais do que tudo, que cada um evolua no seu ritmo e isso é extremamente benéfico. Por outro lado, o físico permite uma troca de experiências mais intensa entre os alunos, o desenvolvimento de habilidades sociais que serão cada vez mais importantes. As experiências físicas não vão acabar, de jeito nenhum. Contudo, acho que o online vai ter um papel cada vez maior, na medida em que a qualidade de banda de internet vai melhorando. 

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por Mktvirtual