Conheça este cenário e saiba como ser mais estratégico no segmento de EaD

O crescimento do EaD no Brasil já é um dos marcos da década no mercado educacional. Só em 2018, o número de vagas ofertadas nessa modalidade foi superior ao ensino presencial.  O dado é do Censo de Educação Superior 2018 e reforça a necessidade de gestores educacionais entenderem o cenário. 

As possibilidades do EaD tornam mais democrático o acesso ao ensino superior e transformam a experiência do aluno. Além disso, a modalidade ampara-se na principal tendência do setor: a integração entre tecnologia e educação.

O blog da Quero Educação conversou com especialistas e construiu um panorama atual do EaD no Brasil. Afinal, como ser mais estratégico neste mercado e proporcionar uma experiência de qualidade para o aluno? 

Assista também a entrevista que fiz com Pedro Graça, CEO da Uniasselvi, um dos maiores grupos educacionais do Brasil e referência em EaD.

Como e por que o EaD no Brasil cresce tanto?

A cada divulgação do Censo da Educação Superior surgem novas perspectivas para analisar o crescimento do EaD no Brasil. De acordo com a pesquisa, entre 2007 a 2017, a quantidade de novos alunos cresceu 226% na modalidade.

Para a coordenadora de EaD do Senac São Paulo, Regina Helena Ribeiro, a expansão se deu por conta de três fatores principais. “O crescimento dos últimos anos é resultado da democratização da conectividade e acesso à internet, somado ao valor mais baixo das mensalidades e o bom desempenho dos cursos EaD em avaliações oficiais do Governo”, opina.  

Além disso, outros fatores corroboraram para o crescimento do EaD no Brasil:

  • Avanço das tecnologias e inovação em metodologias de ensino;
  • Mudança no perfil do aluno do ensino superior;
  • Diminuição de custos para as instituiçõe criarem e manterem cursos EaD;
  • Flexibilidade de tempo e dinâmica para o estudante que trabalha;
  • Mensalidades mais baixas e o consequente alcance de outros perfis de alunos;
  • Mudanças estruturais em legislações que favorecem o EaD e o ensino híbrido. 

Em resumo, o EaD no Brasil já não é mais uma tendência na educação, mas sim o reflexo de diferentes contextos do país. Nesse sentido, ofertar a modalidade com qualidade tem sido um diferencial competitivo de diversas instituições. 

Trunfos do EaD no Brasil: experiência do aluno e mercado de trabalho

Um dos grandes diferenciais do EaD é a experiência do aluno. Afinal, nesta modalidade, ele ganha mais autonomia no processo de aprendizagem. Para Regina Helena Ribeiro, esta característica é fundamental para estruturar o projeto pedagógico de um curso na modalidade. 

“Nosso objetivo é ajudar o aluno no seu percurso educacional, pois o recurso tecnológico por si só não basta. Ou seja, precisamos propor metodologias que possibilitem uma experiência educacional alinhada ao que os alunos buscam em um processo de formação”, explica.  

A especialista também destaca a importância de conectar a demanda por formação às mudanças no mercado de trabalho. “A ampliação de oferta de títulos conectados ao mercado de trabalho é uma característica do EaD no Brasil. Vivemos um período de mudanças aceleradas em relação ao futuro do trabalho e isso nos exige  uma visão mais analítica e interdisciplinar”, diz. 

Desafios e estratégias para investir no EaD

As pesquisas comprovam que o EaD veio para ficar e deve seguir crescendo. Sendo assim, é preciso ser estratégico para trabalhar esta modalidade de forma funcional e rentável. 

De acordo com Janes Fidélis Tomelin, diretor de Ética e Qualidade da ABED (Associação Brasileira de Educação à Distância), a criação de cursos híbridos é uma oportunidade de mercado. 

“O ensino híbrido sugere e cria uma oportunidade de capilaridade com seus polos de apoio presencial. Entretanto, a distribuição geográfica desses polos somada à demanda de ter um professor mediador interlocutor, passa pelo desafio da formação e capacitação docente. Essa deve ser uma prioridade de investimento”, diz.

Para Regina Helena Ribeiro, que também é especialista em Gestão de Projetos em Tecnologias Aplicadas à Educação, a qualidade na seleção dos conteúdos para o EaD também é essencial.

“O aumento da conectividade na sociedade popularizou as possibilidades de educar por meio da tecnologia. Os alunos têm ficado mais críticos com os conteúdos, recursos e possibilidades de interação em ambientes virtuais de aprendizagem. Sendo assim, é necessário buscar, constantemente, a inovação”, afirma. 

A cultura data-driven e o EaD no Brasil

O primeiro passo para identificar as melhores estratégias para o EaD é conhecer profundamente seu aluno. O uso da inteligência de mercado e de sistemas integrados que recolhem dados sobre a jornada do aluno são fundamentais para isso. 

Afinal, os gestores precisam de precisão analítica para tomar decisões assertivas e inovadoras. Conheça algumas das frentes de trabalho que você pode potencializar no EaD através do uso de dados:

  • Campanhas de matrícula direcionadas ao perfil do EaD;
  • Criação de cursos de acordo com demandas de mercado;
  • Precificação estratégica de captação focada em cursos EaD;
  • Entender metodologias e ferramentas preferidas pelo aluno do EaD;
  • Otimização do trabalho docente no EaD;
  • Percepção da concorrência e do mercado educacional.

Além de uma cultura orientada aos dados, é preciso que o planejamento estratégico da sua IES seja eficaz. Acesse nosso material:

O futuro já está acontecendo. Sua IES está preparada?

Tecnologia, inovação, tendências e estratégias. A expansão do EaD no Brasil trouxe novas possibilidades e oportunidades para o mercado educacional. E aí, como  sua instituição de ensino está reagindo a essas transformações? 

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Marcelo Lima
por Marcelo Lima
Marcelo Lima trabalha para colocar estudantes na sala de aula há mais de 20 anos, como profissional de marketing educacional já trabalhou com mais 250 faculdades. É um dos pioneiros do EAD no Brasil e busca sempre os melhores conteúdos em forma de cases e novas ferramentas para os canais da Quero Educação.