Entenda a dinâmica destas práticas e saiba como tratar e evitar o bullying na escola

Nas últimas décadas, muitas transformações sociais trouxeram à tona debates que se tornaram prioridade em sala de aula. Uma das questões que impactou a educação foi a identificação do que é o bullying na escola. A princípio, todos os problemas entre alunos eram vistos como “briga de criança”. Hoje em dia, com a ajuda da psicologia, é possível diagnosticar e debater as diferenças entre os problemas cotidianos e o bullying. 

O aluno que sofre bullying (humilhações e ataques frequentes) torna-se vítima no ambiente escolar, o que pode ocasionar traumas psicológicos. Além disso, o bullying atrapalha o processo de aprendizagem dos estudantes. Sendo assim, é fundamental que sua instituição de ensino saiba debater e lidar com o tema com seriedade.

Neste blogpost, vamos entender como o bullying na escola acontece, quais suas consequências para as crianças e como tratar o problema. Vamos lá?

Bullying na escola: o que é e como identificar?

A palavra bullying vem do inglês  e significa algo como ameaçar. No Brasil, o termo já é popular e muitas vezes é usado em contextos superficiais. No entanto, o bullying não é “brincadeira”, pois consiste no ato de ameaçar, perseguir, intimidar e até agredir alguém. 

Um dos aspectos mais importantes que caracteriza o bullying na escola é a frequência dos ataques. Esse tipo de violência, quando torna-se “natural” para quem pratica, e cotidiano para quem sofre, é bullying. Assim sendo, é muito importante prestar atenção nas mudanças de comportamento dos alunos.

Na maioria dos casos, o bullying é praticado por um grupo fortalecido entre si e contra um outro estudante. Há casos também de um aluno contra o outro ou um grupo contra o outro. 

Como identificar o bullying na escola e suas motivações 

Uma das maiores dificuldades de pais e professores é perceber  gravidade do problema. Sendo assim, é fundamental entender como identificar  o bullying na escola. 

As “causas” do bullying na escola podem ser diversas. A implicação deste tipo de violência é a dificuldade dos alunos em lidar com características diferentes dos outros. Como resultado disso, os “motivos” para agressão podem ser: características físicas, intelectuais ou de personalidade, orientação sexual ou desempenho na escola, por exemplo. 

Por fim, conheça algumas práticas frequentes e consideradas bullying:

  • Agredir fisicamente (dar empurrões e pontapés);
  • Inventar apelidos de tom ofensivo;
  • Espalhar boatos humilhantes;
  • Ameaçar constantemente;
  • Fotografar, filmar e difundir imagens humilhantes (pela internet, isso é chamado de cyberbullying);
  • Excluir de atividades sociais ou escolares (como trabalhos em grupo ou práticas esportivas).

Agora que você já sabe o que configura o bullying na escola, vamos entender suas consequências neste espaço. Além disso, descubra maneiras de tratar o assunto em sala de aula.

As consequências do bullying para crianças e adultos

Uma pesquisa realizada pelas Nações Unidas, divulgada em 2017, revelou que 43% das crianças brasileiras já sofreram bullying na escola. O documento produzido pela pesquisa evidencia que  tanto as vítimas como os perpetuadores do bullying na infância sofrem com a violência. 

Em resumo, as consequências negativas em termos de desenvolvimento pessoal, educação e saúde podem persistir na vida adulta. Depressão, ansiedade, baixa autoestima e complexos com o corpo são algumas delas. 

Além de gerar traumas para a vida adulta, o bullying também prejudica o processo de aprendizagem na infância. Para quem sofre o bullying na escola, principalmente, a sala de aula torna-se um transtorno. A situação pode levar até a evasão.

De acordo com a psicóloga Monize Santos, em entrevista para o portal ND Mais, o bullying tem origem no juízo de valor feito por adultos. “Todo mundo acha que precisa ser igual para ser aceito. O processo do bullying não tem relação com a personalidade da criança, mas com a maneira que o adulto faz o juízo de valor”, afirma Monize. 

Em síntese, o bullying representa um grande desafio para a educação. Segundo Monize Santos, para tratar o problema é preciso uma mudança social e as escolas têm papel fundamental nisso. Vamos entender melhor o que sua instituição de ensino pode fazer para combater o bullying na escola?

Como combater o bullying na escola

Como vimos anteriormente, as causas do bullying estão ligadas a dificuldade em lidar com a diversidade. Sendo assim, esse pode ser um dos pilares a serem trabalhados na sua instituição de ensino. Além disso, há outras atitudes e ações constantes que podem fazer parte do projeto pedagógico da instituição.

Veja algumas formas de combater o bullying na escola:

  • Realizar ações para promover a diversidade;
  • Realizar formações constantes com professores e equipes de trabalho;
  • Fazer ciclos de bate -papo sobre o tema com os pais e responsáveis pelos alunos;
  • Estimular o debate em sala de aula através de atividades interativas (vídeos, dinâmicas e trabalhos em grupo);
  • Promover o atendimento psicológico aos alunos vítimas e aos praticantes do bullying.

De acordo com especialistas, a penalização dos agressores também deve ser debatida. É necessário, porém, que sua instituição estimule uma reflexão coletiva e não apenas puna o aluno com uma suspensão, por exemplo. Dessa maneira, tratar o assunto como uma consequência da sociedade em que vivemos é fundamental. Além de responsabilizar o estudante, é necessário fazê-lo refletir sobre empatia.

Professores e gestores lidam diretamente com o bullying entre alunos, então devem estar capacitados para isso. É necessário trabalhar a conscientização geral sobre o tema e, quando surgir esta demanda, encarar o debate com maturidade.

Conclusão

No Brasil, o bullying já se configura como um problema frequente nas escolas. Esse tipo de comportamento de crianças e adolescentes é reflexo de padrões sociais excludentes. Sendo assim, as instituições de ensino precisam estar preparadas para lidar com um debate que vai além da sala de aula.

Para combater o bullying e evitar consequências traumáticas na vida adulta, é necessário envolver este tema no projeto pedagógico da sua IE. O primeiro passo para isso é buscar a capacitação constante de professores e manter os pais responsáveis e conscientes sobre o tema. Além disso, os estudantes precisam ser estimulados a debater e entender as consequências do bullying na escola.

Através da conscientização geral e da construção de ações de combate ao bullying, sua instituição de ensino torna-se um ambiente mais saudável. Desse modo, além de evitar a evasão de alunos, sua IE promove uma formação cidadã de qualidade. 

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Marcelo Lima
por Marcelo Lima
Marcelo Lima trabalha para colocar estudantes na sala de aula há mais de 20 anos, como profissional de marketing educacional já trabalhou com mais 250 faculdades. É um dos pioneiros do EAD no Brasil e busca sempre os melhores conteúdos em forma de cases e novas ferramentas para os canais da Quero Educação.