Confira dicas de como ter um ambiente  seguro e evitar que o cotidiano da sua IES sejam afetados pela violência

Os casos de violência ocorridos dentro ou próximos a um ambiente seguro costumam gerar muita discussão e preocupação de alunos, pais, autoridades e gestores das instituições de ensino.

Quem gostaria de ingressar ou se manter em um local onde não se sente confortável para circular? A insegurança no ambiente escolar pode gerar evasão e sérios problemas para a captação de novos alunos.

É necessário colocar na balança os fatores que proporcionam um ambiente  em que a convivência e a circulação de pessoas não sejam afetadas negativamente. Para serem efetivas, as ações para barrar a criminalidade não precisam provocar mais medo e uma possível repressão das liberdades individuais.

Sabendo que não há uma fórmula pronta para todas as realidades, proponho a você uma reflexão sobre como tornar possível um ambiente seguro, acolhedor e participativo, respondendo a essas três perguntas:

  1. Seus campus é um local seguro?
  2. Quem tem ajudado a construir um ambiente saudável?
  3. Quais ações podem ser tomadas para a melhoria dos sistemas de segurança?

imagem descrevendo a segurança no campus

Segurança: uma necessidade humana

Segundo o psicólogo Abraham Maslow (1908-1970), a segurança é a segunda principal necessidade do ser humano, após as necessidades fisiológicas.

Diante desta análise, podemos entender porque é tão importante valorizar as ações que proporcionem segurança às pessoas, para que elas se sintam confortáveis nos locais onde vivem. Logo, o ambiente universitário precisa ser um local que resguarde o aluno.

A primeira pergunta citada anteriormente “Seu campus e é um local seguro?”, a princípio pode parecer de simples resolução. Entretanto, a sensação de segurança pode ser diferente de indivíduo para indivíduo, e isso irá gerar diferentes respostas.

O conceito de segurança é amplo, abrange a proteção e garantia de estabilidade de seus bens e do corpo. Em uma universidade ou escola há diferentes realidades e necessidades de proteção. Dessa maneira, o gestor precisa estar atento a elas e ter empatia para aplicar medidas realmente plurais.

A importância da construção coletiva

As pessoas sentem a necessidade de serem ouvidas, compreendidas e terem uma resposta sobre suas dúvidas e preocupações. Se a sua instituição não tem uma percepção geral sobre as necessidades do público que nela convive, então isso precisa se tornar uma prioridade.

Busque realizar mais ações preventivas para evitar ouvir que só agiu após ocorrências negativas. A falta desse tipo de ação pode demonstrar que não há preocupação dos responsáveis em evitar situações desagradáveis.

Faça as pessoas se sentirem ativas na realização de atos que impactarão na melhoria do próprio cotidiano. Entenda quais são suas principais dificuldades e como a faculdade pode agir para resolvê-las.

O respeito traz confiança, o medo não

Os profissionais responsáveis pela segurança precisam estar cientes dessas discussões e também dialogar para que haja uma aproximação maior e compreensão entre os envolvidos.

Como citamos no início do texto, a sensação de segurança não precisa estar ligada ao medo para ser efetiva. Os alunos devem ver os agentes como pessoas confiáveis e com quem podem contar.

O profissional de segurança precisa ser orientado a ser receptivo e lembrar que a truculência sempre será malvista. Afinal, ele não tem poder policial e deve agir sempre com calma e bom-senso, solicitando apoio quando necessário.

A contratação de segurança terceirizada não exime a faculdade da responsabilidade pelos ocorridos. Nestes casos, é ainda mais notório que haja, junto ao contratado, uma política de treinamento e conscientização sobre o funcionamento da instituição de ensino.

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O estímulo a essa participação coletiva ajudará para que todos os envolvidos se sintam parte da construção de um ambiente universitário saudável, ajudando a responder a segunda pergunta do texto: “Quem tem ajudado a construir um ambiente universitário saudável?”.

Montando um plano de ação e colocando-o em prática

O levantamento anterior traz as preocupações da comunidade com o ambiente universitário, eventuais falhas estruturais e existência de locais e atitudes de risco.

Agora, é preciso agir para solucionar diversas questões que envolvem o tema da terceira pergunta do texto: “Quais ações podem ser tomadas para a melhoria dos sistemas de segurança?”.

Com os dados reunidos, comece a elencar quais ações podem ser realizadas a curto, médio e longo prazo. Apresente este plano e mantenha uma atualização de sua aplicação.

Ouça novamente os envolvidos durante os processos para verificar se houve efetividade e se são necessárias correções de rumo. Além disso, verifique e compare os dados entre os períodos.

Construir este plano não é algo fácil. É preciso estudo, criatividade e adaptabilidade às realidades locais. Confira algumas ações comuns que ajudam a melhorar o ambiente universitário:

  • Campanhas de conscientização;
  • Instalação de monitoramento por câmeras de vídeo;
  • Controle de acesso nos portões;
  • Acordos de cooperação com a Polícia Militar;
  • Melhoria de iluminação;
  • Poda de árvores e mato alto.

imagem descritiva da preocupação da instituição de ensino com a segurança e atendimento ao aluno

Além destes, aqui vão mais dois exemplos que demonstram resultados positivos no cotidiano de universidades brasileiras:

Criação da órgãos de contato

A Ouvidoria é um canal formal e acessível dentro da faculdade para receber denúncias e sugestões variadas dentro do ambiente universitário. Também deve proporcionar segurança a quem se dirige a ela e um encaminhamento pleno da investigação dos fatos relatados.

Em outubro de 2018, na Universidade Federal de Minas Gerais, em Belo Horizonte, um segurança foi demitido após ameaçar os alunos por redes sociais. A denúncia foi feita pela ouvidoria da instituição.

Outro exemplo é o da PUC-Campinas. A universidade conta com um número telefônico para uma Central de Emergências, onde podem ser relatados acidentes, urgências e emergências, acionando o Departamento de Segurança Universitária.

A tecnologia também é uma aliada. Após a formação de uma Comissão de Segurança, a Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) criou um aplicativo em que os usuários podem enviar alertas e sua localização nos campi para a Central de Segurança, que irá direcionar as câmeras de vigilância e agentes para o local informado.

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Corredores de Segurança

A Universidade de Brasília (UnB) e a Universidade Cândido Mendes aplicaram em seus campi a política do “Corredor de Segurança”.

São caminhos pré-determinados para a circulação de pessoas, e que proporcionam uma aglomeração maior e facilitam o patrulhamento dos agentes, que é reforçado em determinados horários. A aplicação do corredor ajudou a diminuir os roubos em 33% no entorno das universidades de Campos dos Goytacazes (RJ).

Confira, no vídeo abaixo, como funciona o corredor na UnB:

Para lembrar

Você viu até aqui como lidar com a importância da segurança no ambiente universitário ao compreender os seguintes fatores:

  • A ideia de segurança pode ser um conceito diferente para as pessoas;
  • A segurança não é aliada do medo. Ela está junto de uma cultura de respeito;
  • O diálogo é a melhor forma de construir a segurança coletiva;
  • É preciso um processo aberto e transparente para aplicação das ações;
  • Buscar exemplos de sucesso ajuda a encontrar planos de ação efetivos.

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por Mktvirtual